O amor é o nada que nos dá tudo
O que todos precisamos para viver e sobreviver é de Amor…Mas Amor verdadeiro….mas nem sempre é fácil encontrá-lo e “viver felizes para sempre” ou “até velhinhos”.
E enquanto isso não acontece vivemos no “entretanto”….
As pessoas não servem para preencher as nossas necessidades (vazios), porque as necessidades(vazios) nunca desaparecem, a não ser quando são reconhecidos(as), integrados(as) e aceites. Ou seja trazidos á luz da consciência.
Nem sempre nos apercebemos de como as nossas necessidades (vazios), nos encaminham para becos sombrios e relações altamente tóxicas que nos drenam e nos deixam ainda mais vazios(as).
Ao longo dos anos, ouvi histórias absolutamente horríveis sobre relacionamentos a que, na altura, chamavam amor.
Houve momentos em que fiquei boquiaberta e um tanto horrorizada, com o facto de podermos acreditar que algo tão divino e sagrado como o Amor, pudesse ter uma faceta tão imunda e sombria.
Percebi que existia um padrão em todas as histórias!
Os participantes eram diferentes, os acontecimentos também, mas, de certo modo, os padrões eram os mesmos.
Homens e mulheres tendem a repetir sempre os mesmos padrões, quando tentam que os seus vazios sejam preenchidos e as suas necessidades satisfeitas.
E quando os relacionamentos acabam, “a culpa” é sempre do outro e a raiva e todas as nossas piores emoções tomam conta de nós.
Decidi então organizar uma lista de alguns padrões que se repetem uma outra vez:
1. Por temer a solidão ou por acreditar que não consegue ter o que deseja numa relação, fica com a primeira pessoa que aparece, apenas para ser abandonada, espancada ,roubada, grávida e novamente abandonada, espancada e roubada.
2. Confunde muitas vezes simpatia e amizade com amor romântico.
3.Porque alguém é amável consigo e não está acostumada a isso, e ainda por cima sente-se carente e sózinha… embarca na relação- apenas para descobrir mais tarde que essa pessoa não a nutre e não a merece, apenas a está a usar para seu belo prazer e depois descarta-a como se fosse um papel velho.
4.É constantemente apanhada nas promessas, nas ilusões e nas embrulhadas.
5. Permite que a paixão cega e doentia, a guie para uma relação pouco saudável.
6. Você escolhe acreditar que aquilo que o seu parceiro fez a outra pessoa, nunca lhe fará o mesmo a si.
7. A compatibilidade sexual (a dita química), é confundida com o Amor.
8.Você mantém a relação apesar de se sentir infeliz e tenta uma e outra vez resolver todas as situações, não obstante o seu parceiro nunca mostrar qualquer tipo de interesse em cooperar na resolução das dificuldades.
9. Você anula-se na relação, chora e sofre em silêncio por medo de ficar só ou ser abandonada.
10.Você escolhe acreditar nas mentiras do seu parceiro, mesmo sabendo a verdade. Mas age como se não soubesse que está a ser traída e enganada, quando na verdade sabe tudo.
11. Não sinto o meu coração a palpitar ou “borboletas na barriga”, mas estou sozinha á tanto tempo e ele é tão simpático que com o tempo vou acabar por amá-lo…Nada mais falso!
12. Ele é ciumento e bate-me, mas é porque me ama!!!…
Depois de vários relacionamentos falhados…O seu pensamento constante é: estou farta – os homens são todos iguais,
só querem sexo casual, terem mais do que uma mulher ao mesmo tempo, mentem o tempo todo e não assumem nunca um compromisso.
Saiba que: Sarar padrões repetitivos, padrões de medo, de insegurança, de falta de autoestima e de rejeição é um assunto muito sério e trabalhoso.
Demora tempo, às vezes é preciso passar por muita dor e sofrimento, pedir ajuda caso não se consiga sozinha, atravessar a dor da solidão, ou a chamada “a noite escura da alma”.
Porque andar sempre á procura de conhecer alguém, sair com essa pessoa algumas vezes, decidir se se gosta ou não dessa pessoa, e se ela gosta ou não de nós e começar tudo de novo e de novo, além de nos esgotar energeticamente,
faz com que as feridas que não estão saradas, sangrem ainda mais.
Seguimos em frente.
Conhecemos então outra pessoa, saímos com ela uma vez e descobrimos que é casado.
Mais um padrão semelhante ao anterior.
Conhecemos outra pessoa, saímos com ela, descobrimos que é um idiota, um imbecil, um egoísta e que a única coisa que quer é sexo casual.
Ás tantas começamos a achar que a culpa é nossa – é o cabelo que está mal, tenho uns quilinhos a mais, a roupa que levei ao primeiro encontro não me favorecia, estou cheia de rugas, estou flácida, não sou suficientemente atraente, já não tenho aquele corpinho “danone” de quando era bem mais jovem, que amar e ser amada já não é para a minha idade, quem é que a esta altura da minha vida se vai interessar por mim, e outras tantas parvoíces sem qualquer nexo.
Depois de muitas tentativas falhadas até conhecemos alguém por quem nos apaixonamos, mas..
passados alguns meses ou alguns anos, a paixão passa e… a pergunta que começa a fazer repetidamente é: “o que é que eu tenho de errado”?
Porque é que eu não consigo encontrar ou manter um relacionamento duradouro? Porque é que não consigo amar e ser amada?
Porque é que todos os homens que atraio, me fazem sempre a mesmas patifarias(repetição do mesmo padrão embora com pessoas diferentes).
A resposta é simples, porque ainda é preciso completar o processo de cura e limpeza das crenças enraizadas que vivem no seu subconsciente!
E isto demora algum tempo…às vezes muito tempo. Por isso é preciso parar, para poder iniciar o processo de cura.
Porque não é uma questão de, “se fizer isto desta forma”, conseguirei safar-me mais rapidamente daqui!”
ou se ” fizer doutro modo nunca mais terei de passar por isto de novo e de novo! Já tenho uma ideia porque é que estou a atrair para mim este tipo de pessoa,
para a próxima vou estar mais atenta, e isto não me vai mais acontecer, pois eu deteto logo. Nada mais falso!
É preciso escutar e viver a partir do coração, ser-se paciente connosco, pois a paciência é o elixir que cura a nostalgia da dor e da solidão.
Eu costumo dizer que em relação a estes (relacionamentos amorosos) que a maioria das pessoas experiencia durante uma grande parte da sua existência, vivi-os no “entretanto”…e isso não quer dizer que sejam todos maus…pois esse “entretanto” pode ser o grande catalisador de uma tomada de consciência e profunda do amor que se aprende a sentir por nós e pelos outros.
O “entretanto” ás vezes dá-nos a possibilidade de rever as nossas crenças, as nossas perceções, as nossas ideias sobre o que é o amor e o que não é o amor.
Mas também é sem dúvida o caminho mais longo que ás vezes se tem que percorrer e pode acontecer ter-se que ficar sozinha(o) sem uma relação amorosa durante um longo período de tempo, para que se atinja uma grande clareza do que se sente e onde realmente se encontra em relação ao amor…assim como saber que as pessoas não servem
para preencher os nossos vazios, as nossas necessidades e sobretudo que não é através delas que encontramos o amor, ou que são elas que nos vão fazer felizes…assim como a compatibilidade sexual, ou a mera atração física não é Amor.
Tudo isto acontece porque a maioria de nós não está atento a todos os sinais que apontam para o facto de este o esta não ser o “tal”…e os alarmos internos que soam e tocam alto como sirenes, são todos ignorados, mergulhando-se uma e outra vez numa fantasia amorosa, numa e noutra ilusão….
e assim se vão repetindo os mesmos padrões, com pessoas diferentes…que reverte em mais dor e mais sofrimento….vivendo-se continuamente no “entretanto’.
Depois chega o dia em que a “alma” grita, seja através de uma depressão, ou de outro sinal de alarme qualquer. E é quase sempre nessa altura, que ou se pede ajuda, ou se inicia a grande caminhada de solitude e solidão descobrindo-se então o que é o verdadeiro amor.
O amor por nós próprias.
O amor de Deus.
O amor dos outros e pelos outros.
Entende-se aquilo que o amor realmente é, e aquilo que não é.
Percebe-se o que é sentir o amor e como é não o sentir quando há uma ausência de amor.
Descobre-se como encontrar o amor alimenta-lo e fazê-lo perdurar em nós, dentro de nós e dentro da nossa vida.
Ou seja encontrar a verdadeira essência, o verdadeiro poder pessoal, a autoestima, a autenticidade, a verdade, a confiança, a paciência, a honra, e a fé que são os princípios fundamentais em qualquer relação (seja connosco ou com os outros),
Quando te aceitas na totalidade e te amas incondicionalmente, estás pronta para dar e receber Amor assim como sentes dentro do teu coração, “alma”, que é uma dádiva esse Amor.
Acreditem…O amor não se procura, ele simplesmente acontece e é sempre quando menos se espera, só que ás vezes demora algum tempo… e esse amor reconhece-se
só através do coração.
__Elsa Paula Mateus Soares
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